Vale a pena investir em ETFs? Elas são realmente uma boa alternativa de investimento? Para tirar todas as suas dúvidas, preparei 2 artigos especiais que se tornarão seu verdadeiro Guia para investir em ETFs. E este é o primeiro deles. Vamos lá?
Essas são algumas das principais dúvidas não só de quem está começando no mercado de ações, mas também daqueles que já deram seus primeiros passos. Sem falar que também são duas das perguntas mais frequentes das pessoas que acompanham meu trabalho aqui no blog.
No entanto, como você vai entender ao longo deste artigo (e do próximo!), a verdade é que não existem respostas definitivas a todas elas.
Porém, acredito que, com as dicas que trago aqui hoje, você poderá chegar ao fim da leitura tendo uma resposta que o fará concluir se essa é uma boa opção para você.
Neste artigo, você vai descobrir:
- O que são as ETFs e quais suas principais características;
- Como investir em ETFs e quais as principais ETFs negociadas no Brasil;
- Qual a diferença entre fundo ativo e fundo passivo;
Apertou os cintos? Então, vamos começar agora!
O que são ETFs?
As ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de ações que buscam replicar a carteira de um índice de referência no mercado. No Brasil, são popularmente conhecidas como fundos de índices ou também fundos passivos.
O termo “passivo” remete à ideia de que o fundo não busca atingir resultados acima da média do mercado, mas apenas acompanhar o seu respectivo índice. Então, ao investir em uma ETF, é como se você estivesse comprando uma cesta de ações.
Por outro lado, existem os fundos ativos de ações. Este tipo de fundo busca superar um respectivo índice de mercado através da escolha criteriosa de ações que fazem parte da carteira dele.
Quais as principais ETFs do mercado?
Atualmente, existem quatro gestores que oferecem ETFs no mercado brasileiro: Caixa, Itaú, Banco do Brasil e BlackRock. As três primeiras são representantes nacionais, enquanto que a última é simplesmente a maior gestora de ETFs do planeta.
Veja, na tabela abaixo, todas as ETFs negociadas na BM&FBovespa:
Sim, são muitas! Apesar disso, poucas têm liquidez satisfatória para que os investidores possam negociá-las tranquilamente – lembrando que liquidez é a capacidade de comprar e vender as cotas com facilidade.
Aqui no Brasil, podemos dizer que as ETFs mais líquidas são o BOVA11 e o PIBB11.
Para facilitar sua análise, a tabela abaixo lista as ETFs de acordo com sua liquidez no mercado:
Características de algumas das principais ETFs do mercado
IShares Ibovespa Fundo de Índice
Código: | BOVA11 |
Índice de referência: | Ibovespa |
Gestor: | BLACKROCK BRASIL Gestora de Investimentos Ltda |
Data de listagem: | 19/11/2008 |
Taxa de Administração: | 0,54% a.a. |
Lote padrão: | 10 |
Rentabilidade em 2013: | -15,76% |
Rentabilidade em 2014: | -3,33% |
Rentabilidade em 2015: | -13,21% |
It Now PIBB IBrX-50 Fundo de Índice
Código: | PIBB11 |
Índice de referência: | IBrX-50 |
Gestor: | Itaú Unibanco S.A. |
Data de listagem: | 26/04/2004 |
Taxa de Administração: | 0,059% a.a. |
Lote padrão: | 10 |
Rentabilidade em 2013: | -4,02% |
Rentabilidade em 2014: | -2,34% |
Rentabilidade em 2015: | -12,47% |
iShares BM&FBOVESPA Small Cap Fundo de Índice
Código: | SMAL11 |
Índice de referência: | Índice Small Cap |
Gestor: | BLACKROCK BRASIL Gestora de Investimentos Ltda |
Data de listagem: | 19/11/2008 |
Taxa de Administração: | 0,69% a.a. |
Lote padrão: | 10 |
Rentabilidade em 2013: | -14,98% |
Rentabilidade em 2014: | -17,36% |
Rentabilidade em 2015: | -21,80% |
iShares IBrX – Índice Brasil (IBrX-100) Fundo de Índice
Código: | BRAX11 |
Índice de referência: | Índice Brasil – IBrX-100 |
Gestor: | BLACKROCK BRASIL Gestora de Investimentos Ltda |
Data de listagem: | 23/12/2009 |
Taxa de Administração: | 0,20% a.a. |
Lote padrão: | 10 |
Rentabilidade em 2013: | -3,49% |
Rentabilidade em 2014: | -2,83% |
Rentabilidade em 2015: | -12,29% |
iShares Índice Carbono Eficiente (ICO2) Brasil – Fundo de Índice
Código: | ECOO11 |
Índice de referência: | Índice Carbono Eficiente (ICO2) |
Gestor: | BLACKROCK BRASIL Gestora de Investimentos Ltda |
Data de listagem: | 08/06/2012 |
Taxa de Administração: | 0,38% a.a. |
Lote padrão: | 10 |
Rentabilidade em 2013: | -4,27% |
Rentabilidade em 2014: | +7,16% |
Rentabilidade em 2015: | -9,98% |
It Now IFNC Fundo de Índice
Código: | FIND11 |
Índice de referência: | Índice Financeiro – IFNC |
Gestor: | Itaú Unibanco S.A. |
Data de listagem: | 07/04/2011 |
Taxa de Administração: | 0,60% a.a. |
Lote padrão: | 10 |
Rentabilidade em 2013: | +1,88% |
Rentabilidade em 2014: | +20,22% |
Rentabilidade em 2015: | -11,66% |
Como investir em ETFs
Investir em ETFs é tão simples quanto investir em ações individualmente.
O processo é exatamente o mesmo, já que você precisará acessar o seu Home Broker para colocar as ordens de compra ou venda.
A partir disso, precisamos pensar nas características principais das ETFs que você vai encontrar no mercado.
Com base nestas informações, torna-se mais fácil descobrir se este é um bom investimento para você.
Vejamos:
Principais características das ETFs
1. Liquidez
No Brasil, como já disse anteriormente, as ETFs ainda têm pouca liquidez.
Apenas o BOVA11 e o PIBB11 têm liquidez relativamente grande para que o investidor se sinta tranquilo na hora de comprar ou vender suas cotas a qualquer momento.
2. Diversificação
Ao investir em cotas de uma ETF, naturalmente você estará diversificando seu investimento em várias ações.
Dependendo da ETF que escolher, você estará diversificando mais ou menos, pois cada uma segue uma carteira teórica de ações. E, cada uma dessas carteiras, possui diferentes composições de ações.
3. Transparência
É possível saber exatamente qual é a composição do fundo (ETF), já que ele busca replicar a carteira teórica de um índice de mercado, enquanto que nos fundos de investimentos ativos nem sempre isso é possível, porque eles divulgam suas carteiras com três meses de defasagem.
4. Baixo custo
Os custos das ETFs são, em grande parte, inferiores aos custos dos fundos de investimentos de gestão ativa.
Para você ter uma ideia, a taxa de administração do BOVA11 é de 0,54% ao ano, enquanto que as taxas cobradas pelos fundos de gestão ativa de ações variam na faixa de 2 a 4% ao ano.
5. Imposto de renda
Ao vender uma ETF você paga imposto de renda de 15% sobre o lucro, independente do valor negociado.
Para as ETFs não existe a isenção de vendas até R$ 20 mil dentro do mês, como no caso da venda de ações individualmente.
Vale a pena investir em ETFs?
Finalmente chegamos à pergunta mais esperada e muito comum entre os investidores. E aposto que você que já estava bem ansioso em saber a resposta.
A verdade é que ela pode variar bastante de acordo com alguns fatores que tratarei em detalhes no próximo artigo, que será publicado semana que vem.
Porém, adianto que percebo um grande grupo de pessoas que defende as ETFs como sendo algo maravilhoso para o investidor.
No entanto, o que muitos não citam é que isso nem sempre é verdade, pois depende de diversos fatores, tais como:
- O seu nível de conhecimento sobre o mercado;
- Sua disposição de cuidar pessoalmente dos seus investimentos;
- Política comercial da sua corretora;
- Quantidade de dinheiro disponível para investir;
- Regularidade das suas aplicações.
Dentre outros fatores.
Hoje, nosso papo termina aqui, mas no próximo artigo vou apresentar e rebater seis argumentos, aparentemente inquestionáveis, que os defensores das ETFs fazem questão de trazer em debates sobre essa modalidade de investimento.
E você, investe em ETFs? Está satisfeito com os resultados? Qual é a sua opinião sobre os fundos? Compartilhe deixando um comentário e ajude a deixar essa discussão ainda mais rica!
Bons investimentos!
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