Ontem saiu o resultado da eleição primária de domingo na Argentina.
A bolsa lá caiu quase 40 por cento:
O atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, reconheceu a derrota nas eleições prévias, que são obrigatórias. Ele ficou 15 pontos atrás do primeiro. Diga-se de passagem com uma diferença relevante, pois as regras eleitorais no país vizinho são bem diferentes das nossas.
Lá funciona assim para a votação oficial, que será em outubro:
- Se o candidato que ficar em primeiro lugar estiver com 45 por cento mais 1 voto, já pode ser considerado o vencedor.
- Se o candidato que ficar em primeiro lugar estiver com 40 por cento e o segundo tiver menos que 30 por cento, também já pode ser considerado vencedor.
Vale considerar que 75 por cento da população votou nessa prévia, mas parece ser difícil que o atual presidente consiga reverter.
Mauricio Macri atingiu 32 por cento dos votos prévios, ficando em segundo e Alberto Fernández e Cristina Kirchner atingiram 47 por cento dos votos prévios, ficando em primeiro lugar.
Ontem a nossa bolsa caiu 2 por cento, fechando nos 101 mil pontos.
A Argentina é nosso terceiro principal parceiro comercial, ficando atrás apenas das potências EUA e China.
Essa situação não vai ficar assim pra sempre.
Momentos tensos e crises sempre aconteceram, e digo mais, sempre irão acontecer.
Mas sabe o que os grandes investidores pensam sobre isso?
Ações boas pagadora de dividendos caindo são oportunidades de compra.
Quem tinha medo de comprar depois de a bolsa subir, agora tem a chance de comprar ações com desconto.
Algumas empresas que podem ser afetadas:
Setor automotivo: A indústria automobilística brasileira tem dependência de cerca 10 a 15 por cento do mercado argentino. Empresas como Usiminas podem ser afetadas.
Ambev e Alpargatas: Ambas têm sofrido com a inflação e a instabilidade na Argentina.
Minerva e Marfrig: Marfrig concluiu, no início do ano, a aquisição da Quickfood e a Minerva já atua lá através da Athena Foods, ambas argentinas. Elas têm se beneficiado com a instabilidade do nosso país vizinho.
Mahle Metal Leve, Fras-le e Random: A Argentina é o maior mercado exportador do setor de autopeças brasileiro.
Banco do Brasil: Cerca de 4 por cento da receita está exposta na Argentina, através do banco Patagônia.
CVC: No começo de agosto anunciou a aquisição da cia argentina Almundo, se tornando a segunda maior da Argentina, com 16 por cento de participação no mercado.
Marcopolo: Em julho anunciou a aquisição da empresa argentina Metalsur Carrocerias.
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@severoadriano
Abs
Adriano Severo