Olá, investidor!
Adoro críticas.
Quanto mais recebo, mais fortaleço minhas convicções.
São poucos os que concordam com o meu racional de investimento.
E tudo bem quanto a isso…
Compreendo que seja difícil entender, afinal, simplesmente não compro ações só porque elas são boas, aquelas que possuem qualidade óbvia para todo mundo.
Por que?
Porque o óbvio custa caro.
Nada contra, mas não é dali que você vai capturar os maiores lucros.
Sou Value Investor e, por essência, busco grandes oportunidades onde não é óbvia a assimetria entre preço e valor.
Quando todos investidores são capazes de perceber que uma empresa é boa, todos compram, acabando com a assimetria entre preço e o quanto ela realmente vale.
Nessas horas, a empresa fica cara.
E não estou dizendo que sempre acerto. Os melhores value investors do mundo erraram e erram muito.
A questão é que essa assimetria entre preço e valor, quando encontrada devidamente, irá compensar diversos erros.
Basta que uma ação no seu portfólio desempenhe muito bem para elevar significativamente a rentabilidade da sua carteira.
Com óbvio não é assim…
Me atrevo a dizer que o óbvio, às vezes, é perigoso.
Não existe almoço grátis no mercado financeiro.
Para buscar o que os outros não enxergam uso a “análise criativa”.
Busco empresas que não são consenso. Para maioria pode ser inclusive uma empresa ruim.
E se a maioria considera ruim, a que preços você acha que ela negocia?
Lá no chão…
Essas são as verdadeiras oportunidades!
No xadrez para ganhar uma partida, você deve antecipar o maior número de jogadas possíveis.
Dificilmente será um bom jogador se sua jogada não vislumbrar nada mais do que apenas a próxima jogada.
É exatamente esse meu objetivo quando seleciono uma ação.
Embora no curto prazo ela possa performar negativamente, no longo prazo, o benefício da compra com desconto será notável.
Veja:

A linha azul é o preço, a linha laranja é o lucro.
Não vou citar qual é a ação do exemplo. Não quero que pense que é uma indicação.
Veja que entre 2012 e 2017 a ação se manteve no mesmo patamar, sendo negociada a múltiplos baixos.
Poucos olhavam, poucos queriam.
Embora seus lucros continuassem crescendo.
Classificaria ela nesse período, como uma ação não óbvia, gerando uma oportunidade de compra.
Negociando a preços em torno de 5,50 reais em 2015, passaria a negociar a 10 reais em 2019, pois se tornou um case óbvio.
Momento de sair…
Essa assimetria só são possíveis, quando ninguém está enxergando.
Fuja da manada, fuja do comum e fuja do óbvio.
Forte abraço!
Eduardo Voglino é analista de ações credenciado na APIMEC (CNPI 2202), atua no mercado financeiro desde 2006 e já assessorou diretamente milhares de pessoas quando teve seu próprio escritório vinculado à XP. É um entusiasta em buscar valor e assimetrias no mercado de ações. Escreve para o TheCap na coluna Fórmula Buffett.