Caso Petrobras: Movimentação Estratégica ou Interesses Ocultos?

A decisão de não pagar dividendos extraordinários resultou em tombo no valor de mercado da empresa e gerou polêmica.
Caso Petrobras: Movimentação Estratégica ou Interesses Ocultos
Imagem: Fernando Frazão / Agência Brasil

Caro leitor,

Na última sexta-feira, dia 08 de março, testemunhamos uma queda acentuada nas ações da Petrobras, aproximando-se dos 10%. 

Uma queda dessa magnitude, especialmente para uma blue chip, é notavelmente significativa, considerando a liquidez geralmente robusta desses papéis.

Quer Investir Melhor? Receba um Plano de Investimentos Gratuito.

Para se ter uma ideia do impacto, essa queda correspondeu a uma desvalorização de aproximadamente 52 bilhões de reais no valor de mercado da empresa.

Na quinta-feira, encerramos o pregão com a Petrobras avaliada em 533 bilhões de reais, apenas para vê-la amanhecer na sexta-feira com uma avaliação reduzida para 480 bilhões de reais. Uma diferença considerável.

Então, o que desencadeou essa queda tão pronunciada em uma das maiores petrolíferas do mundo? 

Basicamente, a empresa anunciou que os acionistas receberão menos dividendos do que o esperado em 2024. Isso, claro, não se refere ao desempenho do papel em si, mas sim aos dividendos.

A geração de caixa operacional, uma métrica fundamental para determinar o pagamento de dividendos, apresentou um crescimento de 15% em relação ao período anterior, totalizando 57 bilhões de reais. 

Essa performance robusta levou a Petrobras a gerar um fluxo de caixa livre de 41 bilhões de reais, uma quantia significativa.

Quer Investir Melhor? Receba um Plano de Investimentos Gratuito.

Com uma geração de caixa tão substancial, as expectativas dos investidores em relação aos dividendos eram elevadas. 

No entanto, a empresa encaminhou para a Assembleia Geral Ordinária, agendada para 25 de abril de 2024, uma proposta de distribuição de dividendos equivalentes a 14,2 bilhões de reais, sem incluir pagamentos extraordinários. 

Os investidores esperavam algo entre 2,5 e 4 bilhões de dólares em pagamentos extraordinários. O mercado, como é característico, reagiu rapidamente a esse ajuste de expectativas.

Assim como Warren Buffett, acredito que não há problema algum em uma empresa reter dividendos, desde que a alocação de capital seja estratégica, promovendo o crescimento do negócio. 

Dessa forma, o retorno do dinheiro ao acionista está diretamente relacionado ao crescimento e ao desempenho da empresa no mercado. 

Contudo, há uma preocupação evidente neste caso.

Quer Investir Melhor? Receba um Plano de Investimentos Gratuito.

O conselho optou por direcionar US$ 9,0 bilhões (aproximadamente R$ 43,9 bilhões) para a criação de uma reserva de Remuneração de Capital. 

A decisão não partiu da empresa, mas sim de Luiz Inácio Lula da Silva. 

E é aqui que surge a preocupação: será que essa movimentação de capital será estratégica para a empresa, ou existem interesses ocultos por trás?

É importante reconhecer que empresas estatais geralmente carregam um risco maior, pois o governo pode intervir em certas decisões do negócio. 

Não é à toa que essas empresas normalmente são negociadas com múltiplos interessantes, refletindo esse risco adicional. 

Infelizmente, essa decisão acabou ofuscando os sólidos resultados trimestrais da empresa.

Por enquanto, a Petrobras não está em nossa carteira de investimentos, e não vemos motivos para reavaliá-la. 

Aliás, em termos de qualidade de investimento, temos outra empresa do setor que acreditamos possuir maior capacidade de crescimento em um ambiente com menos probabilidade de intervenção.

Forte abraço,

Eduardo Voglino

COMPARTILHE

Dicas de Investimentos em seu Email

Ao clicar no botão você autoriza o GuiaInvest a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

O Que Ler Agora...

plugins premium WordPress

Quer ganhar um plano de investimentos para aumentar a rentabilidade da sua carteira?

Responda 4 perguntas rápidas e ganhe uma consulta gratuita com um consultor.