Dezembro transforma a energia de Miami de uma maneira que só quem vive aqui consegue perceber plenamente. As ruas de Miami Beach ficam mais barulhentas, os restaurantes exigem reservas com semanas de antecedência e o trânsito na I-95 se torna um teste diário de paciência.
A cidade é invadida pelo que os locais chamam carinhosamente de “Snowbirds”, que são os americanos do norte e canadenses fugindo do frio congelante, misturados a uma onda gigantesca de turistas latinos e brasileiros que vêm aproveitar as festas. O idioma nas calçadas muda e o português e o espanhol passam a competir de igual para igual com o inglês.
Observar esse movimento migratório sazonal me fez refletir sobre uma distinção importante, que eu mesmo levei tempo para compreender. Existe uma diferença sutil entre visitar a prosperidade e fazer parte dela.
Muitas vezes, sem perceber, adotamos a postura do que vou chamar de “turista financeiro”. É aquele momento em que visitamos a estabilidade, aproveitamos a segurança e o poder de compra que uma economia forte oferece, mas sabemos que aquilo é temporário.
Nós experimentamos o “bônus” de uma moeda forte por alguns dias, mas pagamos a conta com o esforço de uma moeda fraca o ano inteiro.
Essa dinâmica é muito comum na nossa cultura. Fomos condicionados a enxergar os Estados Unidos como um grande destino de férias ou de consumo. Criamos uma relação de gasto com a moeda forte, em vez de criarmos uma relação de construção de patrimônio.
Durante muito tempo, eu também operava nessa lógica. Passava o ano acumulando em Reais, exposto aos riscos locais, para depois converter esse capital em momentos breves aqui fora.
É uma conta que, no longo prazo, joga contra nós. Trabalhamos e poupamos em uma moeda que sofre com a inflação histórica para gastar em uma moeda que preserva valor secularmente. É como remar contra a maré: o esforço é grande, mas o avanço é constantemente corroído pela correnteza.
O “turista financeiro” sente no bolso cada oscilação do câmbio porque ele está sempre na ponta pagadora. Ele torce para o dólar cair não por estratégia de investimento, mas para que a viagem ou o consumo fiquem mais acessíveis.
A grande virada de chave para mim, e que desejo compartilhar com você, foi entender que podemos inverter essa lógica. Deixar de ser “turista” não exige que você mude de país ou tenha um Green Card. Significa apenas se posicionar do lado de quem tem renda em dólar, e não apenas de quem paga contas em dólar.
É uma mudança de mentalidade: deixar de ver o câmbio como um obstáculo e passar a usá-lo como uma ferramenta de proteção.
Os “Snowbirds” que descem de Nova York para passar o inverno aqui entendem isso bem. Eles construíram patrimônio em moeda forte durante a vida e agora usam essa base para ter liberdade de escolha. A fonte da renda deles é a mesma moeda do gasto. A verdadeira tranquilidade financeira global acontece quando seus ativos falam a mesma língua dos seus sonhos.
Manter apenas a mentalidade de turista pode nos dar uma falsa sensação de internacionalização. Comprar produtos importados ou viajar uma vez por ano é ótimo, mas não nos torna investidores globais. Isso nos torna consumidores globais.
Se o cenário no Brasil ficar mais desafiador, o acesso do turista ao mundo desenvolvido fica comprometido. Já o investidor posicionado internacionalmente mantém seu poder de compra intacto.
Ele pode andar pelas mesmas ruas e frequentar os mesmos lugares, mas com uma tranquilidade de fundo diferente. Ele sabe que a estrutura que sustenta seu estilo de vida não depende exclusivamente da economia local.
Estamos chegando ao final de mais um ano e este é um momento natural de reflexão. Muitos de nós fazemos listas de desejos, viagens e experiências novas. Meu convite para você é incluir uma meta diferente para o seu dinheiro em 2026.
Considere parar de apenas visitar a moeda forte e comece a “morar” nela com seus investimentos.
Construa uma base de ativos que gere renda em dólar. Assim, seu acesso ao que o mundo tem de melhor deixa de ser um evento esporádico e se torna uma condição permanente. Não há nada de errado em aproveitar Miami ou qualquer lugar do mundo como turista. É delicioso.
Mas existe uma oportunidade maior: ser sócio das empresas que constroem essa economia e credor da estabilidade que ela proporciona.
A porta para essa transição está aberta e é mais acessível do que parece. Se você sente que faz sentido inverter essa lógica no próximo ano, acumulando em moeda forte em vez de apenas gastar, eu gostaria de saber.
Responda a este e-mail me contando se essa reflexão faz sentido para o seu momento atual. Eu leio pessoalmente cada resposta e gosto muito de entender a visão de quem me acompanha aqui.
E caso você queira aproveitar este fechamento de ano para desenhar esse plano com acompanhamento profissional, nossa equipe está à disposição para ajudar.
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