Você já se perguntou como lidaria se uma situação financeira inesperada surgisse na sua vida?
Imagine só: um problema médico sem aviso, um reparo urgente na casa, ou até a perda do seu emprego.
Nesses momentos, contar com uma reserva de emergência pode ser o diferencial entre manter a calma ou entrar em pânico.
Esse fundo é nosso seguro pessoal contra os imprevistos da vida, aquele valor que mantemos guardado para garantir que podemos enfrentar desafios sem desestabilizar completamente nossas finanças.
Sem comprometer nossos objetivos de longo prazo
A reserva de emergência é fundamental para qualquer pessoa que deseje manter sua estabilidade financeira frente aos altos e baixos da vida.
Os investidores de sucesso são unânimes em afirmar a importância de ter uma quantia reservada para essas situações.
Mas você sabe quanto deve ter de reserva de emergência, quanto poupar para montar uma ou como organizar suas finanças para começar a acumular esse montante?
Antes de responder a todas essas perguntas, precisamos definir o que é uma reserva de emergência.
O que é Reserva de Emergência
A reserva de emergência é como um paraquedas financeiro, uma segurança que você tem para os momentos em que a vida decide jogar algumas surpresas não tão agradáveis no seu caminho.
Seja um carro quebrado, uma conta médica inesperada ou até mesmo uma mudança repentina no emprego, essa reserva está lá para te ajudar a aterrissar suavemente.
A ideia por trás da reserva de emergência é simples: é uma quantia de dinheiro que você guarda e não toca a não ser que seja realmente necessário.
Essa grana é como um colchão de segurança que cobre suas despesas essenciais por um período determinado.
Isso dá a você tempo suficiente para respirar, pensar e agir sem o desespero de ver suas finanças afundarem. Sem mudar drasticamente o seu padrão de vida.
Mas, vamos ser sinceros, ter essa reserva não é só sobre cobrir despesas inesperadas.
É também sobre trazer paz de espírito. É sobre deitar no travesseiro e ter uma noite de sono tranquila.
Saber que você tem uma reserva para emergências faz uma diferença enorme na forma como você encara a vida e suas incertezas.
Não é só um valor guardado; é liberdade para tomar decisões sem o peso da ansiedade financeira. Uma ansiedade que pode levar a decisões equivocadas, agravando ainda mais a situação.
Agora, com essa base sobre o que é e para que serve a reserva de emergência, você deve estar se perguntando: “Quanto devo ter de reserva de emergência?”.
E é exatamente isso que vamos explorar agora.
Quanto deve ser a sua Reserva de Emergência
Quando a gente fala sobre quanto deve ser a nossa reserva de emergência, a regra de ouro é ter o suficiente para cobrir de 3 a 6 meses das suas despesas essenciais.
No entanto, esse número é bastante pessoal e varia de pessoa para pessoa.
Isso significa que, se algo inesperado acontecer, como perder o emprego ou enfrentar uma despesa médica grande, você não vai precisar se preocupar imediatamente com dinheiro.
Vamos pensar juntos: o primeiro passo é listar todas as suas despesas fixas mensais.
Isso inclui aluguel ou prestação da casa, contas de água, luz, internet, gastos com alimentação, transporte, escola das crianças e tudo aquilo que é essencial para você viver sem grandes apertos.
Suponha que, somando tudo, você gaste R$ 25.000 por mês.
Para ter uma reserva de emergência que cubra três meses, você precisaria de R$ 75.000 (R$ 25.000 x 3).
Se você quiser se proteger por seis meses, esse valor sobe para R$ 150.000 (R$ 25.000 x 6).
Agora, se você é do tipo que prefere jogar seguro e quer mais tranquilidade, pode pensar em cobrir até 12 meses.
Isso daria R$ 300.000 no nosso exemplo.
Claro, isso é bastante conservador, mas cada pessoa tem seu próprio nível de conforto e segurança.
O caso de um profissional autônomo com um médico é diferente de um servidor público, por exemplo. Por isso essa quantia só você saberá dizer qual é exatamente.
No próximo tópico, vou te mostrar como organizar suas finanças para começar a juntar essa reserva.
Você vai ver que, com um pouco de planejamento e disciplina, é totalmente possível montar um fundo de emergência que te deixe dormir tranquilo.
Como organizar as finanças
Organizar as finanças para começar uma reserva de emergência pode parecer um bicho de sete cabeças, mas vou te mostrar que é mais simples do que parece.
Primeiro, vamos falar sobre como identificar e registrar suas despesas, sejam elas fixas ou variáveis.
Depois, vou te dar algumas dicas para guardar todo mês e definir metas financeiras.
Identificar despesas fixas e variáveis
A primeira coisa que você precisa fazer é saber exatamente para onde está indo o seu dinheiro.
As despesas fixas são aquelas que não mudam mês a mês, como aluguel, financiamento da casa ou do carro, plano de saúde, mensalidade da escola das crianças, condomínio, conta de internet e por aí vai.
Já as despesas variáveis são aquelas que podem mudar, como contas de consumo (água, luz), gastos com supermercado e aquela janta com a família no fim de semana.
Para não perder o controle, anote tudo em um primeiro momento. Mas cuidado para não se perder nos detalhes. Os grandes números são os mais relevantes aqui.
Hoje em dia, existem apps que te ajudam a fazer esse controle, mas se você é do tipo que gosta do bom e velho papel e caneta, um caderninho de anotações já resolve.
O importante é você ter clareza de quanto e com o que está gastando seu dinheiro.
Priorizar a poupança mensal
Agora que você tem uma visão clara de seus gastos, é hora de priorizar a poupança. Aqui me refiro a economia mensal que você precisa fazer.
Antes de pensar em comprar aquele item de desejo ou sair para jantar fora, pergunte a si mesmo: “Isso é realmente necessário?”.
Lembre-se que se você está buscando montar sua reserva, você precisa direcionar seus recursos para isso nesse primeiro momento.
Toda vez que você opta por economizar em vez de gastar, você está um passo mais perto de construir sua reserva de emergência.
Considere estabelecer um “fundo de poupança automático”.
Isso significa que, assim que seu salário ou renda cair na conta, uma parte dele é automaticamente direcionada para uma conta separada, destinada à reserva de emergência.
Trate essa poupança como uma despesa fixa, tão importante quanto qualquer outra.
E depois de montada, você pode parar de direcionar recursos para lá.
Definir metas
Antes de começar a juntar dinheiro para a reserva de emergência, defina bem suas metas financeiras.
Quanto você quer ter na sua reserva? Por quanto tempo pretende juntar esse dinheiro?
Essas respostas vão te ajudar a traçar um plano realista e sustentável.
Um bom começo é tentar guardar pelo menos 10% da sua renda mensal. Mas se puder poupar mais, melhor. Pelo menos até atingir a meta.
Depois você pode relaxar e usar esse valor em sua carteira de investimentos de longo prazo.
Se isso parecer muito agora, comece com menos, mas comece. O importante é criar o hábito de poupar.
Por exemplo: digamos que você ganhe R$ 30 mil por mês.
E você quer montar uma reserva de 3 meses. Nesse caso, se você estiver começando do zero sua reserva e guardar R$ 5 mil por mês, em 18 meses você junta os R$ 90 mil de reserva de emergência.
Como você já é investidor, esse plano pode ser ainda mais simples, pois basta realocar um capital que você já tem para a finalidade da reserva de emergência.
Agora, vamos falar sobre as opções de investimento para a sua reserva de emergência.
Onde investir para Reserva de Emergência
Quando falamos em onde investir a nossa reserva de emergência, precisamos pensar em segurança e liquidez.
Essas são as variáveis mais importantes.
Afinal, você quer que seu dinheiro esteja disponível e intacto quando precisar dele, certo?
Vou te contar um pouco sobre as opções que considero mais adequadas e as vantagens e desvantagens de cada uma.
Tesouro Selic (LFT)
Este é um dos meus favoritos para a reserva de emergência. O Tesouro Selic é um título público pós fixado e, por isso, tem um risco muito baixo.
O grande trunfo aqui é que ele segue a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia.
Isso significa que, enquanto o dinheiro está investido, ele rende diariamente com base na taxa mais importante do mercado.
A liquidez é D+1, então você pode resgatar seu dinheiro a qualquer momento e ele cai na sua conta no dia útil seguinte.
A desvantagem?
A incidência do Imposto de Renda sobre os rendimentos, mas ainda assim, costuma ser mais vantajosa que a poupança.
CDBs
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) também são uma boa pedida.
São emitidos por bancos e muitos deles oferecem liquidez diária, ou seja, você pode sacar seu dinheiro quando precisar sem perdas.
A vantagem é que muitos CDBs rendem 100% do CDI ou até mais, dependendo do banco.
Aqui cabe um alerta de quem tem experiência de 20 anos como investidor. Priorize os grandes bancos.
O risco de escolher bancos menores para ganhar alguns centavos a mais não compensa.
Além disso, eles são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira, o que traz uma camada extra de segurança.
A desvantagem aqui é a mesma do Tesouro Selic: o Imposto de Renda sobre os rendimentos.
Fundos de renda fixa
Outra opção são os fundos de renda fixa, especialmente os fundos DI que acompanham o CDI.
Preferencialmente os fundos mais simples do mercado. Aqueles em que o gestor investe somente em títulos públicos do governo.
A vantagem é a diversificação automática, pois o gestor do fundo investe em vários títulos para você.
Além disso, muitos desses fundos têm liquidez diária.
Porém, eles costumam ter taxas de administração e, em alguns casos, de performance, que podem reduzir um pouco a rentabilidade.
A boa notícia é que não é difícil encontrar fundos DI com taxa zero ou próximo disso.
Outra desvantagem é que eles não são cobertos pelo FGC, então é importante escolher fundos de instituições confiáveis.
Cada uma dessas opções tem seus prós e contras, mas o mais importante é que todas oferecem a segurança e a liquidez que você precisa para sua reserva de emergência.
No próximo tópico, vamos explorar “Quando usar sua Reserva de Emergência”. Você vai descobrir que nem todo gasto inesperado justifica quebrar o cofrinho.
Fica ligado, porque vou te ajudar a identificar quais situações realmente merecem usar esse dinheiro que você guardou com tanto esforço!
Quando usar sua Reserva de Emergência
Imagine que você está tranquilo em casa e, de repente, a geladeira começa a fazer um barulho estranho e para de funcionar.
Você verifica e descobre que o conserto vai custar R$ 800, mas sem geladeira, você não pode conservar os alimentos.
Essa é a hora exata de usar sua reserva de emergência, para não ficar sem um eletrodoméstico essencial e evitar gastos extras com alimentação fora de casa.
Por isso, use sem culpa e vida que segue.
Imagine que você está seguindo sua rotina normalmente e, de repente, sente uma dor aguda que não pode ser ignorada.
Após uma consulta médica, descobre que você precisa de uma cirurgia emergencial que o plano de saúde não cobre.
O custo da operação e da recuperação é estimado em R$ 12.000, um valor que não estava no seu orçamento mensal.
Neste momento crítico, a reserva de emergência é essencial para cobrir esses gastos médicos sem comprometer sua estabilidade financeira.
A reserva de emergência aqui funciona como um salva-vidas, evitando que você precise recorrer a empréstimos ou resgates da sua carteira de investimentos de longo prazo.
A chave aqui é entender que a reserva é para crises e não para desejos passageiros.
Veja que ela não deve ser usada para pagar a viagem de férias da família. E muito menos para atender um desejo de consumo de algo sem grande importância.
Porque o dia que a emergência surgir, você vai agradecer por ter sua reserva lá prontinha pra te atender.
Ela é sua garantia para não entrar em dívidas em momentos inesperados.
E reforço: ela é o colchão de proteção para que você não mexa na sua carteira de longo prazo.
Porque sua carteira de investimentos precisa ser preservada a todo custo se você realmente deseja alcançar seus objetivos.
E pra finalizar, talvez você possa estar se perguntando sobre o que fazer para repor a reserva depois que precisou usar.
A resposta é simples: volte a repor os valores gradativamente conforme explicado no tópico anterior.
Conclusão
Chegamos ao final do nosso papo sobre a reserva de emergência, e eu realmente espero que você tenha captado a essência do que estamos discutindo aqui.
Ter uma reserva é mais do que um simples passo na sua jornada financeira; é uma rede de segurança que te dá liberdade e paz de espírito para enfrentar os imprevistos da vida sem desespero.
Lembra quando falamos sobre as situações em que essa reserva se torna indispensável?
Pois é, você nunca sabe quando vai precisar dela.
Pode ser um problema de saúde, uma troca de emprego inesperada, ou até aquele conserto urgente em casa.
A ideia é que, com esse dinheiro guardado, você não precise entrar em dívidas ou fazer escolhas financeiras apressadas que podem custar muito caro no longo prazo.
Agora, eu quero te encorajar a dar esse passo, se você ainda não deu.
Comece pequeno, se necessário, mas comece. Organize suas finanças, defina quanto você precisa guardar e escolha os investimentos certos para a sua reserva de emergência.
Se você já tem a sua, que tal revisá-la?
Verifique se ela ainda atende às suas necessidades atuais, porque, afinal, a vida muda e suas finanças também.
Acredite, ter essa reserva vai te permitir respirar mais aliviado e viver com menos estresse financeiro.
Se você precisa de ajuda para definir sua reserva, te convido a conversar com um dos nossos consultores de investimentos da GuiaInvest Wealth.
Eles podem te orientar na montagem desta reserva ao mesmo tempo que te ajudam no seu plano de investimento de longo prazo, garantindo que você esteja no caminho certo para atingir seus objetivos.
Não perca essa chance de aprimorar seus investimentos com o apoio de especialistas!
Um abraço,
André Fogaça.