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Fed inicia ciclo de corte de juros: Oportunidade na bolsa brasileira?

Fed inicia ciclo de afrouxamento monetário nos EUA. Oportunidade na bolsa de valores brasileira?
Imagem: Jerome Powell Presidente do FED,

Nesta semana, o Federal Reserve (Fed) iniciou oficialmente um ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos.

A decisão ocorre em resposta ao desaquecimento gradual do mercado de trabalho americano, que tem apresentado sinais consistentes de arrefecimento nos últimos meses, com revisões significativas para baixo nos números de emprego e aumento dos pedidos de auxílio-desemprego.

Os dados históricos revelam uma relação extraordinariamente positiva entre o início dos ciclos de afrouxamento monetário americano e o desempenho das ações brasileiras.

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Segundo estudo da XP Investimentos, as ações brasileiras (representadas pelo índice IBOV) registraram retornos médios impressionantes de 32,1% em reais e 41,2% em dólares nos 12 meses posteriores ao primeiro corte de juros do Fed.

O Ibovespa superou consistentemente outros ativos durante esses períodos, apresentando performance superior aos títulos de renda fixa locais.

Os títulos prefixados (IRF-M), que lideram os retornos na renda fixa em períodos similares, entregaram retornos médios de 15,4%, ainda significativamente abaixo da performance da Bolsa.

Mais impressionante ainda é o fato de que as ações brasileiras, representadas pelo MSCI Brasil, superaram sistematicamente benchmarks globais importantes, registrando retorno médio de 34,0% comparado aos 26,4% do MSCI Mercados Emergentes e apenas 8,1% do S&P 500.

O cenário atual apresenta uma combinação única de fatores que amplificam o potencial de valorização das ações brasileiras.

O primeiro grande catalisador é o posicionamento extremamente baixo.

Atualmente, quase nenhum investidor, de fundos de pensão a estrangeiros, possui alocação significativa em ações brasileiras. Isso cria um ambiente propenso a grandes movimentos de alta quando o fluxo se reverter.

Os atuais valuations atrativos constituem o segundo pilar desta tese.

A Bolsa brasileira está sendo negociada em níveis de desconto comparáveis apenas a momentos históricos de crise extrema:

pré-Lula em 2002, crise financeira de 2008, recessão de 2015 e pandemia de COVID-19, Períodos que, retrospectivamente, se mostraram excelentes oportunidades de compra.

O terceiro elemento favorável é o crescimento econômico surpreendendo positivamente. Desde 2020, todos os anos o PIB brasileiro superou as expectativas, criando um ambiente atrativo para investidores globais que buscam crescimento.

Simultaneamente, as taxas de retorno elevadas, tanto de juros quanto de retorno implícito nos ativos, tornam o Brasil especialmente atraente no contexto de “peak rates”, onde investidores globais buscam países onde as taxas atingiram o pico e tendem a cair.

Os resultados operacionais das empresas brasileiras continuam surpreendendo positivamente, mesmo em ambiente de juros altos, fornecendo sustentação fundamental para a valorização dos ativos.

Este cenário contrasta favoravelmente com períodos anteriores de pessimismo, como em 2015, quando os fundamentos corporativos também se deterioravam.

O movimento de diversificação para fora dos EUA representa talvez o catalisador mais poderoso de médio prazo.

Após 17 anos de concentração extrema em ativos americanos, o capital global começa a buscar diversificação, e mesmo pequenos movimentos e fluxo internacional podem gerar impactos desproporcionalmente positivos em mercados menores como o brasileiro.

Segundo o estudo da XP Investimentos, a análise setorial histórica revela padrões consistentes durante ciclos de cortes do Fed.

Setores ligados a commodities, como Papel & Celulose, Óleo & Gás e Mineração & Siderurgia, que tendem a apresentar desempenho inferior nos meses anteriores ao primeiro corte de juros americanos, se recuperam vigorosamente após o início do ciclo de afrouxamento, superando setores domésticos segundo as estatísticas.

Como boa parte da bolsa brasileira está representada por empresas de commodities, esse pode ser mais um fator favorável para a tese, encontrando oportunidades específicas de reposicionamento setorial conforme o ciclo evolui.

Em qualquer caso, é importante ressaltar que, apesar de enxergarmos atualmente uma assimetria de risco-retorno mais favorável em ações brasileiras, uma gestão de risco eficaz demanda diversificação entre diferentes classes de ativos.

A construção de portfólios que incluam renda fixa, fundos imobiliários (FIIs) e ativos no exterior serve como proteção contra cenários que não podemos prever completamente.

Embora o cenário base apresenta fundamentos excepcionalmente favoráveis para ações brasileiras, desde o posicionamento baixo dos investidores até os múltiplos catalisadores macroeconômicos globais e locais, a prudência recomenda não concentrar excessivamente em uma única tese.

O mais provável nem sempre se materializa nos mercados, e uma abordagem diversificada permite capturar as oportunidades da tese principal enquanto oferece proteção contra desenvolvimentos inesperados.

O início do ciclo de afrouxamento monetário americano representa, historicamente, um dos cenários mais favoráveis para ações brasileiras, mas a disciplina na construção de portfólios permanece fundamental para o sucesso de longo prazo dos investimentos.

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Até a próxima semana
Um abraço.

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