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A Nova Corrida do Ouro: Entenda a Valorização de 60% em 2025

O ouro é considerado um ativo defensivo por excelência, reserva de valor utilizada como moeda e lastro por milênios. Veja os motivos da valorização de 60% em 2025.
Imagem: valorização do ouro.

O ouro ocupa um lugar singular na história dos mercados: ativo defensivo por excelência, reserva de valor utilizada como moeda e lastro por milênios.

Em períodos de incerteza (política, geopolítica, fiscal ou monetária) a demanda pelo metal tende a crescer, porque ele oferece proteção contra riscos sistêmicos, inflação e desvalorização das moedas.

Essa característica não é uma utopia: constitui um comportamento estrutural que se repete em ciclos distintos da história, quando choques macroeconômicos e conflitos levaram a saltos abruptos de preço.

A apreciação do ouro nos últimos 18 meses, culminando em uma alta de quase 60% somente em 2025, decorre de um conjunto de fatores convergentes.

Motivos para a Alta do Ouro

  1. Risco geopolítico e proteções estratégicas: Tensões multilaterais e incertezas geopolíticas fazem com que gestores institucionais e bancos centrais aumentem exposição ao metal como seguro. Historicamente, grandes acelerações do preço do ouro ocorrem em janelas de risco sistêmico — como a reavaliação do metal em 1934 e a corrida do final dos anos 70 — e o contexto atual guarda vários paralelos com essas fases: maior aversão ao risco e busca por ativos não correlacionados.
  2. Política comercial e tarifas dos EUA: O recrudescimento de tarifas e a adoção de políticas econômicas mais protecionistas criam dúvidas sobre a eficácia do comércio global e sobre as trajetórias de preços e inflação. Essas medidas aumentam o prêmio por risco e incentivam uma rotação de ativos em direção a reservas de valor.
  3. Expectativa de cortes de juros pelo Fed: A perspectiva de queda nas taxas reais nos EUA diminui o custo de oportunidade de manter o ouro (que não paga rendimento). Quando os mercados precificam cortes do Fed, juros reais negativos ou próximos de zero ficam mais prováveis, o que historicamente melhora a atratividade do ouro.
  4. Compras persistentes dos bancos centrais:  Parte importante da demanda atual tem origem nos bancos centrais (China, Rússia, Turquia, entre outros) que têm adicionado ouro às reservas. Esse componente institucional reduz a sensibilidade do preço apenas a fluxos privados e ETFs, criando um suporte estrutural mais robusto.
  5. Dólar mais fraco e rotação de capitais:  A depreciação do dólar amplia o apetite por ouro no agregado global, já que o ativo é precificado em dólares. Movimentos de capitais fora dos EUA, em reação a políticas domésticas e políticas fiscais incertas, favoreceram países emergentes e, por consequência, a demanda por ouro.
  6. Fluxos para ETFs e restrições temporárias de liquidez: Entradas substanciais em produtos lastreados fisicamente (ETFs) comprimiram estoques em centros como Londres, elevando prêmios de locação e provocando movimentos de squeeze em mercados menos líquidos. Um efeito particularmente pronunciado em prata, mas que também contribuiu para o impulso no ouro.

Para quem decide ter ouro na carteira existe um leque de alternativas, cada uma com trade-offs distintos.

Alternativas para o Ouro

  • Ouro físico (barras/gramas): tangibilidade e proteção em cenários extremos, porém com maiores custos de custódia e menor liquidez. Indicado para quem busca proteção absoluta em eventos de cauda.
  • Contratos futuros: mais acessíveis para negociação em bolsa. Exigem margem e exposição a rolagem com custos de “carregar” o metal até o vencimento.
  • ETFs lastreados em ouro: solução prática e líquida para replicar preço spot, com custos de administração. Bons para alocações táticas e estratégicas. Esta é a alternativa que mais utilizamos na consultoria.
  • Fundos de investimento com gestão ativa: combinam exposição direta e estratégias derivativas, com taxa de gestão, mas com disciplina profissional.
  • Ações de mineradoras: oferecem alavancagem operacional ao preço do ouro e potencial de dividendos, porém adicionam riscos corporativos (geologia, execução, regulação).

Historicamente o ouro tem comportamento não linear. Longos períodos de lateralização são interrompidos por saltos abruptos. Isso torna as previsões em relação à evolução do preço do metal no futuro arriscadas.

De forma geral, entendo que para a maioria dos investidores que buscam proteção de portfólio, faz sentido ter alguma exposição a ouro, o montante depende do perfil e do horizonte.

Alocações entre 2% a 10% são comuns em portfólios conservadores/moderados; alocações mais agressivas podem ser justificadas por investidores preocupados com risco sistêmico.

Contudo, não é obrigatório para todos: carteiras com objetivos de curto prazo, necessidades de liquidez imediata ou que já contenham proteções efetivas contra inflação e risco cambial podem prescindir da exposição.

A alta recente, cerca de 60% em 2025, não é fruto de um único gatilho, mas da convergência de diversos vetores.

Para o investidor disciplinado, o metal funciona como um seguro em momentos de tensão: valioso para diversificação e hedge, mas exige disciplina quanto ao tamanho da posição, veículo de exposição e custo de manutenção.

Em resumo, faz sentido para muitos (não é para todos) e deve ser dimensionado à luz de objetivos, horizonte e tolerância ao risco.

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