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Bolsa de Valores Brasileira (Ibovespa): Oportunidade de Lucros

A bolsa brasileira apresenta uma oportunidade de risco-retorno mais atrativa do que outros ativos disponíveis no mercado para os próximos 12 a 24 meses.
Imagem: investidor analisando gráfico na bolsa de valores. Freepik.

Venho observando atentamente o cenário de investimentos global e identifiquei uma assimetria relevante na bolsa de valores brasileira (Ibovespa) que merece a atenção dos investidores para os próximos 12 a 24 meses.

A bolsa brasileira apresenta uma oportunidade de risco-retorno significativamente mais atrativa do que outras classes de ativos disponíveis no mercado.

Antes de detalhar os argumentos, preciso ser transparente: não existe garantia de valorização em renda variável.

Ações são, por natureza, imprevisíveis e carregam riscos inerentes (Antes de investir nessa classe de ativos, busque entender se eles são compatíveis com seu perfil de investidor).

Entretanto, diversos fatores técnicos e fundamentais convergem para um cenário potencialmente muito interessante para quem busca construir posição nesta classe de ativos agora, justamente antes que o ciclo de queda de juros se materialize e o mercado já tenha precificado completamente essa mudança.

A assimetria entre classes de ativos

Quando analisamos o panorama global de investimentos, a classe de ações brasileiras se destaca pela assimetria favorável.

O mercado americano, que concentrou a maior parte dos fluxos globais nos últimos anos, negocia em níveis de valuation extremamente esticados, especialmente no setor de tecnologia.

Os múltiplos das big techs estão em patamares historicamente elevados, sugerindo retornos prospectivos mais modestos.

A renda fixa global, por sua vez, tende a oferecer retornos decrescentes em um cenário de afrouxamento monetário nas principais economias.

Com o Fed e outros bancos centrais iniciando ciclos de corte de juros, os yields tendem a comprimir, limitando o potencial de ganhos.

Já a renda fixa brasileira, apesar de continuar atrativa com a Selic em níveis elevados, não apresenta a mesma assimetria quando comparada ao equity doméstico.

Mesmo com a expectativa de queda de juros apenas a partir de 2026, o risco-retorno da bolsa brasileira parece significativamente mais favorável no horizonte de 12 a 24 meses.

O momento de entrada importa

Historicamente, o período que antecede o início de um ciclo de afrouxamento monetário oferece as melhores relações risco-retorno para ações.

Dados históricos mostram que comprar bolsa nos 3 a 6 meses que antecedem os primeiros cortes de juros e manter a posição durante o ciclo entrega os melhores índices de Sharpe (retorno ajustado ao risco) no mercado brasileiro.

A lógica é simples: o mercado busca antecipar movimentos. Quando a queda de juros efetivamente começa, grande parte do movimento já pode estar precificado.

Por isso, construir posições antes da virada do ciclo costuma ser mais lucrativo do que esperar a confirmação.

O juro real está elevado demais

Uma das análises mais relevantes diz respeito ao nível atual do juro real brasileiro.

Pelas estimativas de gestores especializados, o juro real neutro de equilíbrio deveria estar em torno de 5,5%, mas permanecemos significativamente acima deste patamar.

Hoje as NTN-Bs de prazo médio estão oferecendo taxas de IPCA + 7,3%.

Parte dessa distorção se explica por fatores técnicos: sazonalidade pré-eleitoral com o Tesouro alongando duration, colchão de liquidez elevado e antecipação de emissões privadas antes do fim de isenções tributárias.

Outra parte se deve à percepção de risco fiscal.

A consequência para o investidor em ações é extremamente positiva: quando a curva normaliza em direção ao neutro, temos um efeito duplo.

Primeiro, a atividade econômica respira com juros menores, beneficiando os lucros corporativos. Segundo, o prêmio de risco do equity cai, levando à expansão de múltiplos.

Em outras palavras, mesmo sem crescimento extraordinário nos resultados, há valorização apenas pela reprecificação.

Valuations comprimidos refletem o juro de hoje, não o de amanhã

O mercado brasileiro negocia em múltiplos historicamente baixos.

Empresas de consumo e varejo doméstico negociam entre 8 a 10 vezes lucros, enquanto pares na América Latina operam em níveis muito maiores. Essa grande discrepância só se justifica pelo nível atual de juros brasileiros.

Se substituirmos um CDI real de 7,5-8% por um de 5-6% (considerado mais adequado ao equilíbrio), a precificação dos ativos muda completamente.

O mesmo negócio, sem alterar nada operacionalmente, passa a valer muito mais apenas pela mudança no custo de oportunidade do capital.

O mundo volta a olhar para emergentes

Estamos entrando em um ciclo global de afrouxamento monetário nas economias centrais.

Nesses momentos, o dólar historicamente perde força e os fluxos de capital migram na margem para ativos de risco fora dos Estados Unidos. Já vimos parte desse movimento com a alta das bolsas de países emergentes durante o ano de 2025.

Adicionalmente, grandes alocadores globais começam a buscar diversificação, cansados da concentração excessiva em tecnologia americana.

O Brasil, nesse contexto, se beneficia por estar extremamente subalocado nos portfólios internacionais.

Nosso mercado está tão fora do radar que qualquer entrada marginal de fluxo tem capacidade de movimentar preços significativamente.

Fluxos técnicos favorecem o movimento

O investidor pessoa física brasileiro permanece com baixíssima exposição à bolsa, concentrado em ativos pós-fixados de curto prazo.

O investidor estrangeiro, por sua vez, ainda está focado no “trade” de tecnologia americana, buscando crescimento via Nasdaq.

Qualquer rebalanceamento adicional em direção aos emergentes fará preço no Brasil.

Some-se a isso a seca de IPOs dos últimos anos e o aumento significativo de recompras de ações e OPAs, que diminuíram o estoque de papéis disponíveis para negociação.

A redução de papéis disponíveis no mercado amplifica o efeito de qualquer entrada de fluxo.

Histórias micro de qualidade como proteção

Além dos fatores macro e técnicos, temos disponíveis no mercado brasileiro histórias micro de alta qualidade, com drivers controláveis e menos dependência do ruído político de Brasília.

Existem na bolsa brasileira atualmente empresas com bom histórico de gestão, alta rentabilidade e elevado nível de governança com drivers próprios capazes de entregar resultados independentemente do humor do mercado e do ambiente político.

Após uma análise apurada é possível encontrar essas teses que podem entregar uma performance diferenciada no médio e longo prazo.

O fator eleitoral: volatilidade à frente

É fundamental reconhecer que 2026 será um ano de eleições presidenciais no Brasil, o que inevitavelmente trará forte volatilidade ao mercado.

À medida que as pesquisas forem divulgadas, beneficiando um ou outro candidato, veremos oscilações significativas nos preços dos ativos.

O mercado reagirá a cada movimento nas intenções de voto, criando um ambiente de incerteza que pode testar a paciência dos investidores.

No entanto, a assimetria aqui é extremamente interessante: se o resultado das eleições for desfavorável na visão do mercado, o potencial de queda (downside) parece limitado, já que boa parte dos riscos fiscais e políticos já está precificada nos valuations comprimidos atuais.

Por outro lado, se o resultado for do agrado do mercado, o potencial de alta (upside) pode ser realmente expressivo, com possibilidade de reavaliação significativa dos múltiplos.

Essa assimetria favorável – downside limitado versus upside substancial – é precisamente o tipo de configuração que investidores de longo prazo deveriam buscar, mesmo sabendo que o caminho até lá pode ser turbulento.

Estamos frente a uma excelente janela de oportunidade na bolsa

A convergência de valuation descontado, elevado juro real com tendência de normalização e fluxo estruturalmente subalocado cria uma assimetria interessante no mercado brasileiro.

Quando esses três fatores aparecem simultaneamente, a história nos ensina que pode ser o momento ideal para construir posições de forma disciplinada.

Repito: não há garantias em renda variável. Porém, parece que estamos frente a um momento em que o risco-retorno se apresenta especialmente favorável.

A janela de oportunidade tende a se fechar quando a queda de juros se materializar e todos os investidores enxergarem simultaneamente o que hoje ainda parece nebuloso para muitos.

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Até a próxima semana.

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