Infelizmente, o conflito de interesses é uma realidade quase onipresente no mercado financeiro, como ilustrado em um recente caso que me deparei.
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Permitam-me apresentar Diego, um empresário do ramo de logística, que buscava equilibrar o risco entre seu negócio e seus investimentos.
Procurou um profissional do mercado financeiro para orientá-lo na construção de uma carteira de investimentos conservadora, uma escolha racional e coerente.
Desta forma estaria equilibrando o risco entre seu negócio e seus investimentos.
O problema surgiu quando descobriu que o profissional era remunerado através de comissões sobre os investimentos indicados.
Isso levantou questões cruciais sobre a integridade da assessoria prestada.
Já consegue imaginar o problema?
Existe um risco oculto nas carteiras conservadoras elaboradas por profissionais conflitados e algumas pessoas ainda não sabem.
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Quando falamos de renda fixa, simplificadamente estamos falando de títulos emitidos pelo país (tesouro/título público), títulos bancários (CDB) e títulos emitidos por empresas privadas (Crédito Privado).
A bagunça começa quando o profissional conflitado, tem a alternativa de escolher a taxa máxima ou mínima de remuneração do ativo para o cliente.
Explico.
Imagine um título público remunerando IPCA + 6 por cento ao ano.
Agora imagine que o profissional conflitado tenha a opção de escolher te remunerar em IPCA + 5,5 por cento ao ano, e a diferença irá aumentar ainda mais sua comissão.
Aqui um ponto importante: Quanto maior o prazo maior a comissão, então, não se assuste com ativos na sua carteira com vencimento superior a 2050.
O custo pago neste investimento, supera 2 por cento na aplicação com bastante folga.
Nas emissões bancárias ocorre da mesma forma. Mas o grande perigo está no crédito privado.
Explico.
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Além do processo ser semelhante ao do título público, onde a taxa escolhida pelo profissional conflitado acaba prejudicando severamente o investidor e os prazos escolhidos serem a perder de vista, existe um agravante cruel:
A concentração e o risco de perda permanente de capital.
Na tabela de “oportunidades” em crédito privado, existem empresas com ótimo rating, bom rating e o resto.
Naturalmente, quanto pior e mais arriscada é a empresa, mais o profissional conflitado receberá comissão.
Existe uma regra de bolso: A comissão do gerada é inversamente proporcional à qualidade do ativo indicado em um ambiente de conflito de interesses.
Isso causa uma bagunça generalizada nas carteiras.
Agora vamos voltar ao cliente Diego, ele imaginou que uma carteira de renda fixa não poderia ser construída de forma pouco ética, já que o problema de conflito estaria apenas em ativos de renda variável.
Esse erro poderia ter custado o patrimônio do Diego, caso ele não tivesse estranhado que a todo momento ele recebia indicação de um “novo super ativo de renda fixa”.
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Diego quase caiu nessa armadilha ao descobrir que uma parte significativa de sua carteira estava concentrada em um único ativo de crédito privado.
Ele estava com uma posição de quase 40 por cento em um único ativo de crédito privado.
O ativo era uma debênture incentivada, ou seja, isenta de IR.
Um grande chamariz para ser usado por profissionais mal intencionados.
Dado o tamanho da posição do cliente no ativo, algumas desconfianças foram imediatamente levantadas.
A investigação revelou que foi escolhida a taxa mínima de remuneração para o ativo, maximizando as comissões geradas.
Além disso, a empresa emissora não possuía rating de risco, o que aumentava ainda mais a remuneração do profissional envolvido, mas também o risco para Diego.
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Uma empresa sem rating pode ser uma bomba relógio e por isso paga gordas comissões de repasse.
Neste momento estamos em um plano de contingência para salvar e reduzir o risco da carteira do Diego, que sofrerá um belo pênalti ao liquidar parte da posição no mercado secundário.
Esta experiência destaca como é fundamental contar com um consultor financeiro cujos interesses estejam alinhados com os do cliente, garantindo assim um serviço verdadeiramente transparente e benéfico para o investidor.
Forte abraço,
Eduardo Voglino