5 Riscos Fatais das Debêntures que Ninguém Te Conta

Você investe em debêntures? Então cuidado! Esses títulos possuem grandes problemas que vão muito além do risco de calote.
5 Riscos Fatais das Debêntures que Ninguém Te Conta
Imagem: Freepik / kues1

Investir em debêntures tem riscos fatais que ninguém te conta, especialmente o seu assessor. (E nem estou falando só do risco de crédito).

As debêntures são títulos de dívidas emitidos por empresas que precisam captar recursos para financiar suas atividades e projetos. 

Ao comprar esses títulos, o investidor não se torna sócio da empresa como acontece com as ações, mas sim credor.

É como se ele assumisse o papel do “banco” ao emprestar dinheiro para a empresa. Esta, tem o compromisso de devolver o dinheiro corrigido de acordo com as regras pré-estabelecidas.

O grande atrativo das debêntures está na sua maior rentabilidade quando comparada aos outros ativos de renda fixa. No entanto, ainda tem uma outra coisa que chama ainda mais atenção do investidor: a isenção de impostos oferecida pelas debêntures incentivadas.

Esse tipo de título de dívida é emitido por empresas de infraestrutura e tem sua captação incentivada pelo governo, uma vez que aplicam seus recursos em projetos de importância nacional, como a construção de aeroportos, rodovias, linhas de transmissão de energia elétrica, etc. 

Embora o cenário vendido para esses produtos seja muito atrativo, existem riscos das debêntures que pouco se fala.

Para o investidor pessoa física, isso é ainda pior, já que ele compra a debênture diretamente da corretora de valores.

Investir em debêntures tem 5 riscos fatais que ninguém te conta, mas você vai ficar sabendo agora!

As 5 desvantagens das debêntures

Assim como todos os investimentos, as debêntures têm suas vantagens e suas desvantagens. 

No entanto, para esse produto em específico, alguns de seus riscos são muito bem escondidos dos investidores, porque, a partir do momento em que eles descobrem, não querem mais investir.

Os principais fatores que definem o rendimento de uma debênture são o perfil de risco do emissor, do projeto a ser financiado e o prazo de vencimento do título.

Dessa forma, quanto menor a classificação de risco da empresa, o risco do projeto e o prazo para pagamento, mais o emissor tende a oferecer retorno para tentar atrair investidores.

Até aqui parece óbvio, mas escolher uma empresa “sólida“, com um projeto mais estruturado, está longe de ser uma garantia de bom investimento.

Calotes acontecem nas debêntures, mesmo com grandes empresas.

Veja o caso da Concessionária Rodovias do Tietê que, em 2019, simplesmente não pagou os investidores ou, mais recentemente, o caso das Americanas que deixou de pagar juros sobre uma de suas debêntures emitidas antes mesmo  de anunciar a sua recuperação judicial.

O risco de calote é o mais falado, mas não é o único risco fatal. Entenda pontualmente as 5 principais desvantagens de investir em debêntures:

1. Risco de crédito

Por ser um título de dívida, o principal risco da debênture é o de crédito. Isto é, a possibilidade da empresa emissora não pagar de volta o investidor na data contratada.

Nem mesmo a classificação de risco ou rating de crédito das agências internacionais, não é garantia de um investimento livre de riscos de crédito, uma vez que existem casos em que até mesmo bancos e gestores profissionais não previram os problemas.

Veja o caso da empresa Americanas que, de um dia para o outro, detectou um rombo bilionário em seu balanço e deixou de pagar juros remuneratórios da emissão de debêntures.

Debênture de infraestrutura também tem risco de calote. Veja o caso dos debenturistas da Light que foram afetados com a suspensão de vencimentos de dívidas.

Ou ainda o das Rodovias Tietê que, após uma crise empresarial que começou pela incompatibilidade dos investimentos necessários para operar o fluxo de caixa da concessionária, deixou de pagar as debêntures emitidas.

Como as debêntures não têm garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), o cliente que investiu nessas empresas perdeu todo o capital.

2. Risco das debêntures sofrerem marcação a mercado 

Ainda que as debêntures tenham um vencimento, o investidor pode vendê-las antecipadamente no mercado secundário. Contudo, elas tendem a apresentar baixa liquidez e os preços sofrem a chamada “marcação a mercado”.

A renda fixa não é tão fixa assim. O valor de um título oscila diariamente tanto para cima quanto para baixo, dependendo do humor do mercado e da variação do cenário econômico.

Geralmente para papéis com um período mais longo, as oscilações são maiores, pois há mais risco envolvido, como no caso das debêntures incentivadas, que tem a característica de oferecerem prazos maiores.

Desse modo, caso o investidor decida vender antes do fim do prazo acordado, o valor dos papéis pode tanto estar mais alto do que foi pago inicialmente, como mais baixo, podendo haver ganhos ou perdas.

Seria fácil se o risco fosse só esse.

Imagine que o investidor possui uma debênture de uma empresa que entrou em crise. É provável que ele queira vender e se livrar do problema o mais rápido possível, não é mesmo?

No entanto, quando o investidor se deu conta que da crise na empresa, todos os outros também estarão sabendo e terá um volume muito grande de pessoas tentando vender e ninguém querendo comprar.

Quando o caso das Americanas estourou, o preço do título, que era de R$ 1.000 na emissão, em 2020, estava sendo negociado no valor de R$ 280.

Em certo ponto, o desconto em relação ao valor de referência das debêntures chegou aos 94,4%.

3. Falta de liquidez no mercado secundário

Aqui chegamos a mais um risco fatal das debêntures: sua baixa liquidez.

Você viu que existe a opção de venda antecipada no mercado secundário, no entanto, o investidor dificilmente conseguirá resgatar o ativo a qualquer momento, pelo menos não pelo seu valor justo.

Algumas debêntures podem não ter liquidez na hora que o investidor quiser vender.

Além disso, o resgate antecipado é um serviço da corretora que está sujeito à disponibilidade de negociação.

Quando o investidor compra uma debênture, ele concorda em ter acesso ao dinheiro só no vencimento. Então, a corretora não tem a obrigação de recomprar esse papel e nenhum outro investir vai querer.

Note que, se o investidor perceber que a empresa não está com uma saúde financeira muito boa e quiser vender antecipadamente, pode ter certeza que a corretora já sabe disso há muito tempo.

Lembre mais uma vez do que aconteceu com as rodovias do Tietê e mais recentemente com as Americanas. As pessoas físicas que tinham esses papéis em carteira e quiseram vender os seus ativos antes do vencimento não conseguiram e tiveram que amargar a perda do valor investido.

4. Relação risco x retorno ruim 

Mais um dos riscos fatais das debêntures que ninguém te conta é a sua relação risco vs retorno ruim, afinal, este é um título de renda fixa, com rentabilidade de renda fixa, mas seu risco é de renda variável ou até pior.

Embora ofereça o maior retorno entre os investimentos de renda fixa, as debêntures possuem um risco muito maior também, principalmente de crédito, já que depende da empresa honrar os seus compromissos.

Existem outros investimentos que podem oferecer uma rentabilidade parecida, mas com uma segurança muito maior. Sendo assim, pode não fazer sentido arriscar, principalmente para investidores mais conservadores.

5. Altas comissões para o assessor

Embora não seja um COE, que é o principal vilão de quem tem assessoria de investimentos porque paga taxas absurdas de 5% de comissões para os assessores, as debêntures estão logo atrás nos produtos que pagam os maiores rebates.

A Debênture costuma pagar de 1 a 2% de comissão, por isso, o investidor precisa ter muita cautela na hora de investir, já que abre margem para o conflito de interesse.

Que o assessor ganha por te indicar esse produto talvez você já sabia, mas o que ninguém te conta é que quando você compra uma debênture diretamente na corretora provavelmente não está comprando ela por sua taxa justa.

Funciona assim: a corretora vai no mercado institucional, compra um grande lote dessas debêntures e repassa para o investidor pessoa física. 

Só que ela não faz isso de graça. Para ganhar com a transação, a corretora compra uma debênture que paga IPCA + 7% ao ano e revende para o investidor a IPCA + 6,5% ao ano. Ou seja, esse 0,50% do seu recurso ao ano fica para a instituição.

Atrelado a isso, o assessor de investimentos dessa corretora ainda tem uma margem para trabalhar o produto com o cliente. É por isso que o assessor pode chegar para o cliente e negociar uma taxa melhor se este investir acima de determinado valor.

Existe uma taxa mínima e uma taxa máxima de rentabilidade que o assessor pode oferecer ao cliente. Por causa do conflito de interesses, é interessante que venda a taxa mínima. Dessa forma, o cliente recebe menos e o assessor embolsa a diferença, gerando uma receita maior para o escritório.

Vamos considerar que o investidor ofereça para o cliente a debênture A, que dá o melhor ROI para o escritório de 2,33%. Nessa oferta, ele tem uma taxa mínima de IPCA + 6,90% e uma taxa máxima de IPCA+ 7,25%.

Geralmente, ele vai oferecer a pior taxa, nesse caso a IPCA + 6,90%, porque, se o assessor oferecer a melhor taxa para o cliente, o escritório recebe menos.

Existem outros casos em que o lucro para o escritório fica em torno de 3,5% a 4% em debêntures ao empurrar para os cliente produtos que pagam a maior comissão, porém com risco muito maior, alguns não possuem nem mesmo Rating.

Depois de saber tudo isso, fica difícil confiar na recomendação do assessor para uma debênture ou para qualquer outro produto financeiro.

Chega de correr riscos desnecessários

As debêntures por si só, não são investimentos ruins, porém, seus riscos inerentes podem não ser vantajosos para investidores pessoa física com perfis mais conservadores ou com pouco capital para investir.

No entanto, as assessorias de investimentos não fazem questão de alertar sua relação risco x retorno ruim, a falta de liquidez, a marcação à mercado, o risco de crédito e muito menos as altas comissões desses produtos.

Tudo que existe margem para conflito de interesses o investidor precisa estar atento. Afinal, seu perfil e objetivos podem não estar em primeiro plano.

É por isso que cada vez mais investidores migram para o modelo de consultoria. Dessa forma, asseguram que estarão em primeiro lugar e não terão produtos “empurrados”.

O consultor ganha quando o cliente ganha. Por isso, trabalha com ele, para que seus resultados sejam bons e que sua carteira esteja alinhada e balanceada.

Chega de correr riscos desnecessários. Conte com um consultor de investimentos para reestruturar sua carteira e minimizar os riscos.

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